ECOTELHADO: criação e desenvolvimento de uma ECOTELHA 100% reciclada utilizando embalagens PET e Tetra Pak
Reciclar significa transformar objetos, materiais usados, em novos produtos para o consumo. Esta necessidade foi despertada pelos seres humanos, a partir do momento em que se verificaram os benefícios que tal procedimento traz para o planeta Terra.
De uma forma simplificada a sustentabilidade pode ser definida como ações/atividades humanas que visam suprir as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras
A sustentabilidade tem como pilar 3 elementos: meio ambiente, impacto social e economia. Por isso, entende-se que para uma sociedade ou sistema ser sustentável deve-se incentivar a conservação do meio ambiente, o bem-estar social e o ganho econômico de modo que não coloque em risco os 2 primeiros elementos.
A sustentabilidade é de fundamental importância para uma comunidade saudável e equilibrada (https://aguasustentavel.org.br/publicacoes/blog/53-5-fato-sobre-sustentabilidade- que-vc-precisa-saber?, 2021).
Os materiais mais comuns para a prática da reciclagem são: Papel, Plástico, Metal e Alumínio.
A primeira amostra do Polietilenotereftalato (PET) foi desenvolvida pelos ingleses e químicos J. Rex Whinfield e J. T. Dickson em 1941. As pesquisas que levaram à produção em larga escala do PET começaram somente após a Segunda Grande Guerra, nos anos 50, em laboratórios dos EUA e Europa. Baseavam-se, quase totalmente, nas aplicações têxteis. Em 1962, surgiu o primeiro poliéster pneumático. No início dos anos 1970, o PET começou a ser utilizado pela indústria de embalagens (https://sites.google.com/site/sucatadepet/sucata-pet, 2021).
O PET chegou ao Brasil em 1988 e seguiu uma trajetória semelhante ao resto do mundo, sendo utilizado primeiramente na indústria têxtil. Apenas a partir de 1993 passou a ter forte expressão no mercado de embalagens, notadamente para os refrigerantes (http://www.abipet.org.br, 2021).
Devido às características que apresenta, como: leveza, transparência, sistema de fechamento eficiente, inquebrável, preserva o produto até o fim do consumo, evita o desperdício e também pelo fato da massa muito menor que das embalagens tradicionais, o PET mostrou ser o recipiente ideal para a indústria de bebidas em todo o mundo, reduzindo custos de transporte e produção. Por tudo isso, oferece ao consumidor um produto substancialmente mais barato, seguro e moderno.
As embalagens PET são 100% recicláveis e a sua decomposição química não libera nenhum produto tóxico. Existe uma grande importância na reciclagem. Com o uso em grande escala das garrafas PET, principalmente a partir da década de 1990, surgiu um problema ambiental sério. Muitas destas garrafas são descartadas e acabam parando em terrenos, rios, esgotos, mares e matas. Como este material pode se manter durante muitos anos (mais de quatro séculos) na natureza, tornou-se de fundamental importância a sua coleta e reciclagem. Além de favorecer o meio ambiente, a reciclagem de garrafas PET gera empregos nas cooperativas de catadores de lixo reciclável e, também, nas empresas que trabalham diretamente com o processo de reciclagem e produção de matéria-prima a partir de embalagens PET. Ao invés de ficar poluindo o meio ambiente, o material pode voltar à cadeia produtiva (https://www.ecycle.com.br/231-reciclagem-de-garrafa-pet.html, 2021).
Benefícios da reciclagem de embalagens de PET (AIRES, 2021):
• Economia de petróleo, pois o plástico é um de seus derivados;
• Economia de energia na produção de um novo plástico;
• Geração de renda e empregos;
• Redução dos preços para produtos que têm como base materiais reciclados. No caso do PET de 2 litros, a relação entre a massa da garrafa (cerca de 54g) e o conteúdo é uma das mais favoráveis entre os descartáveis;
• É altamente combustível, com valor de cerca de 20 Megajoules/quilo, e libera gases residuais como monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), acetaldeído (C2H4O), benzoato de vinila (C9H10O2) e ácido benzóico (C7H6O2). Esses gases podem ser usados na indústria química.
Por esses motivos, torna-se rentável sua reciclagem.
Não realizando a reciclagem, o PET acaba por prejudicar a decomposição do lixo, pois impermeabiliza certas camadas de lixo, não deixando circularem gases e líquidos.
De acordo com Dias (2016), a história da TETRA PAK tem início quando seu fundador, o Dr. Ruben Rausing, um sueco cursando economia na tradicional universidade de Columbia nos Estados Unidos em 1919, descobriu as lojas de conveniência. Ele achou que a novidade americana iria, muito em breve, se espalhar pela Europa. As empresas, então, precisariam de embalagens práticas para acondicionar e preservar os alimentos, muitos até então vendidos a granel. Ao voltar para a Suécia, ele, não conseguindo convencer seu empregador a desenvolver um novo conceito de embalagens, abriu sua própria empresa em 1929 juntamente com Erik Åkerlund, a Åkerlund & Rausing, na cidade de Malmö. O primeiro produto da empresa foi uma embalagem de dois quilos para acondicionar farinha. Em 1933, Ruben comprou a parte de Åkerlund e, em 1939, mudou a empresa para a cidade de Lund com o objetivo de “se livrar” da burocracia existente na cidade de Malmö que dificultava sua expansão. Após relativo sucesso com embalagens para produtos secos, como açúcar e farinha, em 1943 a empresa passou a produzir embalagem de papel para leite, que exigia o mínimo de material e oferecia o máximo de higiene. Nos anos seguintes, o desenvolvimento continuou, incluindo entre outras coisas, a introdução de técnicas totalmente novas para revestir o papel com plástico e selar abaixo do nível do líquido.
Erik Wallenberg, assistente de laboratório da Åkerlund & Rausing, inventou a embalagem cartonada em formato de tetraedro (quatro faces, triangular e base horizontal), a qual Harry Järund desenvolveu. Em 1946 a ideia estava pronta. Esta embalagem foi batizada de Tetra Classic e iniciaria uma mudança na forma como os alimentos eram envasados e distribuídos ao redor do mundo. Em 1951 na cidade de Lund, juntamente com Erik Wallenberg, o Dr. Ruben fundou a empresa AB TETRA PAK, como uma subsidiária da Åkelund & Rausing, e apresentou oficialmente à imprensa, no dia 18 de maio, a primeira embalagem. No ano seguinte, no dia 7 de setembro, a empresa já entregava sua primeira máquina de embalagens cartonadas para uma empresa de laticínios de Lund. O creme de leite foi o primeiro produto a ser embalado pelas embalagens da TETRA PAK, inicialmente com 100mL. Pouco depois, em 1953, o polietileno foi introduzido como o revestimento plástico do papel cartão. As primeiras máquinas para o envase de leite em embalagens cartonadas tetraédricas de 500mL foram instaladas na Suécia. Além disso, a primeira máquina da TETRA PAK foi exportada para a cidade de Hamburgo, na Alemanha.
Em 1955, as embalagens da empresa sueca começaram a acondicionar leite pasteurizado pela primeira vez. Dois anos depois a empresa iniciou oficialmente suas operações no Brasil no dia 8 de junho e contratou o craque Pelé como o primeiro garoto-propaganda da marca. No final desta década a empresa produzia aproximadamente 1 bilhão de embalagens, tendo a capacidade aumentada com o licenciamento de seu processo em 8 países. Os anos de 1960 foram repletos de novidades. Primeiro, começou com a inauguração de sua primeira fábrica no exterior, localizada no México. Com isso, a capacidade de produção superou a barreira anual de 1 bilhão de embalagens cartonadas. Pouco depois, em 1961, o Dr. Ruben uniu os conceitos de ultrapasteurização e embalagem asséptica, criando a embalagem que protegeria o leite, sem necessidade de conservantes e refrigeração. Era o surgimento da embalagem Longa Vida ou UHT (do inglês Ultra High Temperature), que permitia que o leite e outros alimentos líquidos perecíveis pudessem permanecer nas prateleiras dos pontos de venda por mais de seis meses sem refrigeração ou conservantes. Ao integrar alumínio de barreira e polietileno com o papelão e utilizar uma técnica especial para esterilizar o conteúdo da embalagem, a tecnologia asséptica garantia que tanto o alimento como a embalagem estivessem livres de bactérias nocivas. Na década de 1990, o Institute of Food Technologists, entidade sediada nos Estados Unidos, que reúne cientistas e pesquisadores do setor de alimentação, declararia o processo longa vida (que combina a ultrapasteurização e a embalagem asséptica) como o maior avanço da área alimentícia da última metade do século.
Já em 1965, a empresa Åkerlund & Rausing foi vendida, mas Ruben Rausing manteve sua subsidiária, a AB TETRA PAK. Além disso, teve início a produção de material de embalagem em uma nova fábrica situada em Rubiera, Itália. Em 1972, pela primeira vez, a TETRA PAK foi apresentada na República Popular da China. Isso aconteceu na Feira de Negócios de Pequim. No ano de 1977, o sistema de envasamento Tetra Brik foi introduzido nos Estados Unidos, sendo formada a empresa Brik Pack Inc. Nesta época, a produção anual da empresa rompia a barreira das 20 bilhões de unidades. O ano de 1983 foi marcado por uma triste notícia com o falecimento em 10 de agosto do Dr. Ruben Rausing. Em 1991 a empresa comprou a Alfa-Laval, uma das maiores fornecedoras de equipamentos para a indústria de alimentos e agricultura, formando assim o grupo TETRA PAK ALFA-LAVAL. A empresa passou então a oferecer aos seus clientes sistemas completos, integrando as linhas de processamento, envase e distribuição de produtos. Com isso a TETRA PAK cresceria muito nos anos seguintes.
Em 1995, por meio da aquisição da Tebel MKT, a TETRA PAK ampliou seu potencial, incluindo equipamentos para a produção de queijos duros e semiduros. O ano de 1997 foi marcado por grandes acontecimentos: sete novas fábricas foram inauguradas ao redor do mundo, localizadas na China, Colômbia, Índia, Itália, México e Reino Unido, ampliando de forma significativa a capacidade de produção da empresa. O novo milênio tem início com o lançamento da primeira linha integrada de processamento e envase para produtos à base de soja. A nova linha trabalhava com todas as etapas do processamento e envase dos produtos. Pouco depois, em 2003, ocorreu a aquisição da Sidel, uma das empresas líderes mundiais na produção de maquinário para garrafas plásticas. Mais recentemente, em 2014, a empresa lançou a embalagem TETRA REX de fonte renovável, fabricada unicamente com uma combinação do polietileno derivado da cana-de-açúcar e do papel. Foi a primeira embalagem totalmente à base de recursos renováveis em todo o mundo.
Durante toda sua história a TETRA PAK demonstrou ter a inovação em seu DNA: foi a primeira empresa a lançar a embalagem cartonada para alimentos líquidos, a primeira embalagem cartonada longa vida, a primeira tampa moldada na embalagem (FlexiCap), a primeira tampa de rosca para embalagens cartonadas, a primeira embalagem cartonada do mundo para alimentos sólidos, entre outros feitos notáveis. Por tudo isso, hoje em dia, a empresa sueca conta com uma equipe de pesquisa e desenvolvimento voltada ao mercado à frente das tendências de consumo, desejos do consumidor e futuro da indústria alimentícia. Os consumidores buscam cada vez mais praticidade e são crescentes as tendências de adquirir produtos em embalagens que sejam práticas, funcionais e 100% recicláveis. E a TETRA PAK existe justamente para atender a esses desejos de praticidade, segurança e higiene. Hoje em dia as embalagens e equipamentos de processamento da TETRA PAK são utilizados em todo o mundo para uma série de alimentos, incluindo leites, sucos de fruta, águas, molhos de tomate e cremes, sopas, sobremesas, sorvetes, queijos e até vinhos. E graças às suas soluções de processamento e envase assépticas, os alimentos podem ser distribuídos sem resfriamento ou conservantes. Levando saúde e refresco para bilhões de pessoas, como por exemplo, leite fresco para a população que vive no Saara (DIAS, 2016).
Segundo Manzano (2021), as embalagens longa vida, também conhecidas como embalagens cartonadas, são fornecidas majoritariamente pela empresa Tetra Pak, uma das três empresas do grupo sueco Tetra Laval. Por esse motivo, essas embalagens cujas funções são transporte e consumo de leite, sucos, água de coco e produtos alimentares líquidos em geral, também são conhecidas por embalagens Tetra Pak. Esse tipo de embalagem foi desenvolvido para preservar o valor nutricional do alimento e facilitar sua ampla distribuição ao redor do mundo. Sua estrutura consiste em seis camadas de diferentes materiais: 75% da embalagem é composta por papel, garantindo suporte e resistência; 20% é composta por polietileno, responsável por isolar o alimento e impedir o contato com o alumínio, além de impermeabilizar a caixa; por fim, 5% da embalagem é feita de alumínio, que impedem a entrada de umidade e oxigênio.
Para que a reciclagem da caixa de leite Tetra Pak ocorra, as embalagens são levadas para um super liquidificador onde são misturados com água, passados 30 minutos desse processo o plástico e o alumínio se desprendem e são separados, o papel segue para um processamento de bobinas, secagem e tingimento, envolvido em um rolo gigante de papel cartão que pode ser utilizado na fabricação de caixinhas de curativos (https://www.ecycle.com.br/218-tetra-pak, 2021).
Características das embalagens Tetra Pak: são mais seguras, convenientes e econômicas para embalar alimentos e bebidas, bem como protegem seu conteúdo por um período prolongado, preservando suas características de cor, sabor e valor nutricional. Os produtos esterilizados são higienicamente envasados, sem a adição de conservantes, e perfeitamente protegidos da luz e do oxigênio (ZORTÉA, 2001).
Mas, infelizmente, sabe-se que quando descartada no meio ambiente é necessário quase um século para se decompor.
Pensando-se no meio ambiente, em como poder ajudar a minimizar os efeitos causados pelo descarte desenfreado de embalagens PET e Longa Vida, desenvolveu-se uma Telha, 100% reciclada, utilizando esses materiais que demoram um longo período na natureza para se decompor, no caso do PET mais de 450 anos.
Confeccionamos um ECOTELHADO com um custo mínimo (pois gastou-se para fazer a estrutura para fixar as telhas e os pregos para fixar as mesmas) e com 100% de reutilização das embalagens.
Além das vantagens econômicas, o desenvolvimento da ECOTELHA traz consigo benefícios ao meio ambiente pela reciclagem das embalagens que são descartadas, após seu uso, pela sociedade. A reciclagem dessas embalagens gera inúmeros benefícios para o meio ambiente: diminui a poluição do solo, bem como degradação da fauna e flora.
Escola Estadual Newton Ferreira de Paiva -
MG