Introdução
INTRODUÇÃO
O mel é uma das primeiras fontes de açúcar para o ser humano, nas Américas o mel e o pólen das abelhas sem ferrão são utilizados desde antes da chegada do homem europeu. No Brasil, até o século XIX o mel e a cera utilizados na alimentação pelos índios e brancos e a confecção de velas pelos jesuítas, eram provenientes das abelhas sem ferrão (KERR, 1996, apuld, OLIVEIRA, RIBEIRO, OLIVEIRA,2013).
Com a introdução das Abelha Europeia Apis mellifera L., de origem europeia ou africanas, que são mais produtivas em quantidade de mel, apesar de serem portadoras de ferrão, e sua toxina pode matar as pessoas e animais, já as abelhas meliponíneos detém um valor ecológico e comercial maior que as primeiras. As abelhas meliponíneos desempenham importante papel na manutenção dos diversos biomas brasileiros.
As abelhas sem ferrão nativas foram relegadas a um segundo plano, a Jataí (Tetragonisca angustula Latreielle) por ser uma espécie nativa e adaptável utiliza para ninho tocos, buracos nas paredes e etc., essas características fazem com seja mantida a população relativamente estável, além disso é comum ser encontrada nas casas das zonas rurais colmeias em cabaças (Lagenaria siceraria), pois seu mel é considerado medicinal, leva a espécie protegida e utilizada pelo homem do Cerrado.
As abelhas sem ferrão são aproximadamente 300 espécies das quais a maioria é produtora de méis de grande reputação, dentre as mais conhecidas estão as abelhas Mandaçaia (Melipona quadrifasciata Lep.), Jataí (Tetragonisca angustula Latreielle), Mirim (Plebeia sp) e Canudo (Scaptotrigona sp) (OLIVEIRA, RIBEIRO, OLIVEIRA,2013).
Segundo esses mesmos autores o mel dessas espécies possui, em sua composição, características peculiares e pouco conhecidas fazendo com que sejam necessários estudos específicos e mais sistematizados da produção visando contribuir com informações adicionais sobre a qualidade do mel e um manejo correto e adequado. Apesar da sua importância, a Legislação Brasileira que dispõe sobre a padronização do mel para fins de comercialização, só regulamenta o mel de Apis, não contemplando o mel das abelhas nativas do país. Os padrões de identidade e qualidade do mel (Brasil, 2000) requerem, quanto aos aspectos macroscópicos e microscópicos, que o produto esteja isento de substâncias estranhas de qualquer natureza, tais como: insetos, larvas, grãos de areia e outros
Os Biomas Brasileiros abrigam parcela considerável da biodiversidade mundial, com altos níveis de riqueza e endemismo. No entanto, essa rica biodiversidade vem sendo crescentemente ameaçada por atividades antrópicas (ALEIXO, ET AL, 2010).
A Tetragonisca angustula é uma abelha de pequeno porte, popularmente conhecida como Jataí, possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo naturalmente nos Estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. É possível obter de 0,5 a 1,5 L de mel/ano de colônias fortes, sendo uma das abelhas mais criadas no Estado de São Paulo.
Objetivos
Avaliar o desempenho biológico de colmeias de abelhas sem ferrão da espécie Jataí (Tetragonisca angustula) em área adjacente à Área de Proteção Permanente de um córrego dentro da cidade de Ituiutaba, comparando com caixas colocadas em área escolar próximo a pasto apícola.
Objetivos Secundários
Produzir mel de abelha sem ferrão em área urbana;
Avaliar a produção de pitaia (Hylocereus spp ) após a implantação das colmeias de abelhas Jataí.
Utilizar as abelhas Jataí como ferramentas de ensino aprendizado na escola.
Justificativas
As abelhas sempre convivem com o ser humano, na Europa, Ásia e África a utilização das abelhas do gênero Apis, abelhas de produção de mel de qualidade e em quantidade, mas portadora de ferrão conjugada com glândula que produz uma substância que pode ser mortal para o ser humano e outros animais, gerando uma certa apreensão ao se criar esses animais. Antes da chegada do homem europeu ao continente americano os habitantes das Américas sempre mantiveram perto as abelhas nativas, essas abelhas não apresentam ferrão e nem glândulas de toxinas que podem afetar os mamíferos. Esses animais são criados no Brasil como fonte de renda para pequenos produtores rurais (SOUZA; GRAMACHO E CASTAGNINO, 2012).
O conhecimento sobre as abelhas nativas ainda é pouco, seus hábitos, melhores formas de caixas, tipos de pastos apícolas mais apropriado, sua tolerância à presença de pessoas, até os padrões aceitos pela vigilância sanitária para os meis utiliza-se os padrões de mel de Apis, tornando o estudo das abelhas sem ferrão de suma importância, tanto para a preservação do animal e seu habitat, sua melhor exploração comercial e fonte de renda aos produtores rurais, como para sua preservação no ambiente e desenvolver a cultura de convivência harmônica entre as abelhas sem ferrão e o ser humano e suas atividades.
Métodos
Neste projeto as caixas de abelhas serão as Caixas Jataí AF Inteligente, que foram desenvolvidas pelo meliponicultor Ailton Fontana em seu próprio apiário, Apiário Flamboyant (FONTANA, 2020), serão usadas para cada caixa de abelha 02 tábuas de pinos ou cedinho, com 15 centímetros de comprimento, 2 cm de espessura e 28 cm de altura, que serão utilizadas nas laterais, duas tábuas de 18cm de comprimento, 2 cm de espessura e 28 cm de altura, uma será a parte anterior da caixa, onde será feito um orifício de 10 mm de diâmetro a um cm da base com broca de 10mm e furadeira elétrica, na outra que será a parte posterior serão pregadas com prego 12x12 duas dobradiças de –cm e a outra parte das dobradiças serão fixadas em uma das laterais com os pregos do mesmo tamanho, o fundo e a tampa tem dimensões de 20 cm de comprimento por 2 cm de espessura e 20 cm de altura.
As laterais serão fixadas no fundo e na tampa, na parte anterior e posterior com cola de madeira e terão perfuradas com furadeira elétrica e broca de 2mm de forma que quatro pregos de 15x15 serão introduzidos para fixar as hastes.