Introdução
A observação dos fenômenos celestes desperta a curiosidade humana e a busca por respostas sobre nossa origem e destino. A Astronomia possui o céu como laboratório e permite à humanidade buscar seu lugar no Universo. A Astronáutica, por sua vez, incentiva os seres humanos a sonharem com a conquista de novos mundos e desperta variados desejos, tanto científicos quanto fictícios. 1O estudo dos astros abriu as portas do mundo da ciência para os seres humanos. No firmamento, os primeiros homens e mulheres, ainda na pré-história, perceberam a existência de mecanismo e ciclos específicos que se refletiam em suas atividades terrenas e eram marcados pela posição das estrelas. Ao se colocar na base da ciência, a astronomia fez sentir sua influência em praticamente todos os ramos do conhecimento científico. Apesar de ser uma das ciências mais próximas ao dia-a-dia do homem, a Astronomia é, talvez, ainda pouco explorada no âmbito do ensino básico e das comunicações em geral, apesar de haver tido um considerável avanço nas duas últimas décadas com o lançamento de novas sondas espaciais, satélites e do telescópio espacial Hubble. 2Tendo em conta essa fragilidade de exploração e considerando a astronomia como porta de entrada para as demais ciências, pois o interesse no tema leva as pessoas a estudarem outras áreas do âmbito científico e tecnológico, este trabalho tem por objetivo promover a educação científica por meio do “Projeto Construção de Foguetes” visando a participação na 15ª Mostra Brasileira de Foguetes, seguindo todos os itens do edital para a construção da opção 1 (modalidade de foguete real com propelente de vinagre e bicarbonato de sódio) do nível 4.
A MOBFOG é realizada anualmente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) entre alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio em todo território nacional. A MOBFOG tem por objetivos fomentar o interesse dos jovens pela Astronáutica, Física, Astronomia e ciências afins, promover a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e cooperativa, mobilizando num mutirão nacional, alunos, professores, coordenadores pedagógicos, diretores, pais e escolas, e instituições voltadas às atividades aeroespaciais.
Métodos
A proposta foi iniciada na disciplina de Práticas experimentais em todas as turmas do ensino médio, nesta fase do projeto foram apresentadas aos alunos as definições, o histórico, as curiosidades e as aplicações da astronomia e astronáutica a fim de despertar o interesse dos alunos pelo projeto. Devido ao modelo híbrido de ensino adotado pelo estado do Paraná no ano de 2021, ofertado em consequência da pandemia de COVID, a parte prática do projeto foi desenvolvida com alunos voluntários respeitando os protocolos de biossegurança, estes alunos pertencentes aos primeiros e terceiros anos do Colégio Estadual Conselheiro Carrão da cidade de Assaí – PR foram selecionados por se identificarem com a proposta apresentada anteriormente na fase teórica.
Logo o projeto foi sequenciado com a participação das disciplinas de biologia, física, química e práticas experimentais. Com o apoio constante dos professores os alunos ficaram incumbidos de diversas tarefas, entre elas: (a) organização do trabalho escrito conforme um roteiro que foi disponibilizado, (b) a construção de um protótipo de foguete, (c) um vídeo com o lançamento do foguete, e por fim a apresentação oral de todas as fases do projeto com argumentação das disciplinas envolvidas.