Nos dias atuais, o saneamento básico não ainda é uma realidade para toda a população coariense, principalmente para aquelas pessoas que moram em locais de difícil acesso, bem como nas comunidades ribeirinhas na zona rural. Essas pessoas normalmente não possuem água tratada, muitas vezes não sendo nem potável, pois a retiram diretamente do rio ou lago. Sendo assim, foi construída a micro estação de tratamento de água, com a utilização de materiais de baixo custo e reutilização de garrafas de água mineral vencidas de vinte litros. Esse sistema contou com as etapas de uma estação de tratamento convencional, com captação, coagulação, floculação, decantação, filtração e cloração.

Foram utilizados dois garrafões de água mineral vazios de 20 litros cada, para constituir a estrutura da “micro estação”. O primeiro galão ficou deitado, que funcionou como decantador para o processo de coagulação, floculação, decantação, adicionado um ml de hidróxido de alumínio ou sulfato de alumínio para cada litro de água O segundo ficou de pé, funcionando como filtro, com a sequência de materiais de baixo para cima com areia fina, areia grossa seixo fino seixo grosso e na parte superior foi utilizado carvão ativado, feito com casca da banana transformada em carvão no forno a lenha. Para acoplar um garrafão ao outro, foi utilizado um "joelho" de PVC de 30 polegadas. A captação da água foi feita por uma mangueira acoplada a um cano de pvc de meia polegada, conectado no primeiro galão. Para saída da água foi utilizada uma torneira de bebedouro, acoplada na parte inferior do filtro. A água utilizada para o teste foi uma mistura de dez litros de água, argila e cem gramas de limalha de ferro oxidada em um litro de água fervendo. Para comprovação da eficiência do filtro, foram feitos testes de pH com aparelho e reagente azul de bromotimol, microbiológicos (coliformes) em um laboratório particular e testes químico através de eletrólise, utilizando e uma bateria de 9 volts.

Micro Estação de tratamento de água produzida com materiais de baixo custo.

Cidades Sustentáveis, Saúde

02/2021 - 03/2021

Água, Sustentabilidade, Amazônia, Tratamento

Fabio Cano Carnielo (Coordenador da Equipe)
Rhuana Viana Fragoso (Aluno Capitão)
Akyla Frota Alves (Aluno)
Leiwson Souza Santos (Aluno)
Leticia Souto Rodrigues (Aluno)
Viviane Gomes de Menezes (Aluno)

CETIl Manuel Vicente Ferreira Lima, Coari-AM

As várzeas são locais de grande fertilidade, constituídas de áreas planas nas margens dos rios e córregos, onde 90% da população rural amazonense fixam suas moradias. Nestes locais, a vida se move com ciclo das águas, cuja vazante nos rios chega a secar quase, ou até completamente, diversos mananciais. Em alguns casos podem restar pequenas lâminas de água, porém com condições impróprias para o consumo humano. Análises realizadas determinaram que em regiões específicas do rio Amazonas, as várzeas podem apresentar uma concentração elevada de contaminantes vivos, bem como diversos metais, tais como o ferro e o mercúrio (metais provenientes do solo, de atividades humanas ou de despejos industriais). Tendo em vista que o uso da água coletada nos rios é indispensável para as populações ribeirinhas, e que grande parte desta população não tem acesso a água tratada, faz-se necessário a elaboração de produtos ou meios, que possam ser de fácil acesso ou produção, para o tratamento da água local. O presente trabalho propõe então a elaboração de uma unidade de tratamento de água compacta, onde os próprios ribeirinhos possam montar e realizar sua manutenção, utilizando materiais de baixo custo, capazes de purificar a água coletada em várzeas do Solimões

Após a passagem pelo filtro, água que antes estava turva e de cor laranja, com apresentou-se totalmente transparente. O pH antes da passagem pelo filtro estava 5,8, subindo para 7,1 (antes estava ácido e ficou praticamente neutro) e o teste de eletrólise comprovou a ausência de ferro na água tratada. Além disso, o exame microbiológico não constatou a presença de E. coli (bactéria presente nos coliformes fecais)

A micro estação de tratamento deixou água potável com um custo muito baixo, pois balões de água mineral possuem prazo de validade, sendo descartados na natureza. Como são de plástico demoro muitos anos para que ocorra decomposição dos mesmos. O uso para produção da micro estação, além de beneficiar a população, também contribui para a preservação do meio ambiente

CARNIELO, F. C.; ALVES, A. F.; CASTRO, A. A.; FRAGOSO, R. V.; ORDONIS, M. DA S.; SANTOS, L. S.; CRISAFULLI, U. TRATAMENTO DE ÁGUA EM MICRO ESTAÇÃO COM FILTRAGEM A BASE DE CARVÃO DA CASCA DA BANANA. Revista Ensino, Saúde e Biotecnologia da Amazônia, v. 2, n. esp., p. 48, 26 out. 2020. - U.S. Environmental Protection Agency. Office of Ground Water and Drinking Water(EPA 810-F95-004) " EPA Environmental Education World Wide Web site. (on line) Disponível em http://www.epa.gov/OGWDW/kids/exper.html. - Schafer, R. F.; Barboza, L. M. V.; Atividades práticas no ensino do tratamento da água com ênfase nos processo físico-químicos.